Eusébio


Publicado segunda-feira, 6 de janeiro de 2014 | Por: Hélio Bernardo Lopes

Com autêntico espanto, do modo para mim mais inesperado, foi como neste passado domingo, ainda meio ensonado, já em pleno café, pelas onze e meia da manhã, tomei conhecimento do falecimento de Eusébio da Silva Ferreira. O nosso eterno Eusébio, que eu tanto acompanhei nos meus tempos de infância e juventude.
Ao tempo um benfiquista ferrenho, sócio do clube com lugar cativo, creio não ter perdido pitada da vida futebolística do Benfica, incluindo, naturalmente, a de Eusébio. Foi, indiscutivelmente, um jogador genial, que realizou, por todo o Mundo, feitos desportivos inesquecíveis e sem limite. As noites europeias ficaram, claro está, inesquecíveis, como por igual a sua presença, com a seleção de Portugal, no Mundial de 1966.
Se com a vitória sobre o Real Madrid, em Amsterdão, Eusébio subiu ao pódio das grandes vedetas mundiais do futebol, a sua presença em Inglaterra, no Mundial de 1966, assegurou-lhe o direito a um lugar aí mas para sempre. Di Stéfano, Puskas, Gento, Santa Maria, Araquistain e outros, já não o esqueceram desde Amsterdão, mas em Londres a sua pessoa e a sua imagem não mais deixou o pensamento dos irmãos Charlton, Banks, Stiles, Law, Yachin, Igor Neto, Pelé, Djalma Santos, Manga, etc. Quem sabe se não mesmo Kim Il Sung?
Como agora pôde ver-se, Eusébio gozava do raro privilégio do respeito geral, por cá e lá por fora. Quem o conheceu, admirou-o e não mais o esqueceu. Felizmente que o Benfica, graças, sobretudo, a Luís Filipe Vieira, se determinou a perpetuar o singular valor que ajudou a escrever a História do Benfica, do futebol português e de Portugal, consigo levando, tal como Saramago, Mourinho e Cristiano, o nome de Portugal às sete partidas do Mundo.
Em iniciativa de qualidade deveras singular, o Presidente Cavaco Silva falou ao País para enaltecer as singulares caraterísticas de Eusébio da Silva Ferreira, percebendo-se hoje que as suas palavras calaram fundo no imaginário coletivo português. Claro que Eusébio só nos deixou ao nível puramente físico, o que, haverá de convir-se, já não é pouco. Mas, como escreveu Camões, de há muito se havia da lei da morte libertado.
Espero que Eusébio continue presente com todos nós, tanto no plano desportivo, como ao nível dos mil e um trabalhos que podem e devem ser realizados ao redor de toda a fenomenologia que envolveu a sua vida e a sua obra. E não duvido de que assim irá ser.














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